Duas coisas são importantes, não só pra nossa infância, como também pra nossa vida: as brincadeiras e os livros. O bom de ser criança é justamente o poder se divertir sem se preocupar com mais nada e o se divertir está atrelado às brincadeiras e consequentemente ao contato humano, à interação. Na modernidade em que vivemos, a moda é o celular. Outrora, uma criança pouco faria questão em ter um ou ao aniversariar pediria um dispositivo tecnológico, mas hoje muitas ganham isso de presente ou fazem questão de ter um. Eu lembro como hoje que quando eu era criança, eu queria ter uma bola de futebol e olha que nunca fui um Ronaldinho em prática e a bola que ganhei foi uma de leite, daquelas que se pegar num muro com cacos de vidro, fura, murcha e assim adeus bola de futebol. Mas mesmo assim eu me divertia com ela e quando a perdia, pedia outra. Além de também me divertir ao brincar de dominó, bola de gude, dama e também com brinquedos como o velho carrinho de boi, bonecos, etc. Lembro também das crianças brincando na rua de pega ladrão, amarelinha, pega-pega, esconde-esconde, entre outras. Além de brincarem de cobra-cega, de rodar pião, de brincar com bola de gude ou até mesmo o velho e bom futebol. Apesar do mundo não ser o lugar perfeito, no momento de diversão, da brincadeira, ele se tornava perfeito. Fosse pelo dia, à tarde ou à noite, chovendo ou não, as crianças saíam e brincavam. Tinha delas que quando se machucavam, iam para casa para colocar um curativo e voltavam pra continuar brincando. O bom da vida é ser criança... Hoje em dia, isso está diminuindo cada vez mais. As crianças de hoje, muitas delas, só ficam num quarto trancadas de frente para um computador ou até mesmo para um celular ou tablet. Elas estão deixando de lado vivências, experiências que podem fazer falta mais à frente. Porque até mesmo a falta de interação com pessoas, refiro-me ao contato pessoal e não virtual, origina cada vez mais crianças antissociais e menos comunicativas, isso vai de casa até a escola e a acompanha até a vida adulta. Nós (seres humanos) precisamos estar em contato, precisamos ter amigos, precisamos passar pela fase da infância e brincar. O mundo está cada vez mais tecnológico, disso sabemos, mas vamos devagar para com as crianças. Além delas se afastarem do mundo afora, elas também se afastam de uma ferramenta muito importante, o livro. Ler para uma criança, contar histórias, incentivá-la a ler, facilita no seu desenvolvimento, porque favorece a sua imaginação e sua criatividade. Uma criança tem que ter contato com livros, preferencialmente infantis. Ao invés de dar um celular de presente a ela, dê livros de leitura, de pintura. Incentive-a a ler, a criar, a se divertir. Se não a quer na rua brincando com outras crianças, brinque com ela dentro de casa. Mas privá-la de ser criança é que não se deve fazer. Tratá-la como adulta ou influenciá-la a se comportar como uma, também não se deve fazer. A vida é feita de fases, cada ser humano passa por elas e têm que passar. Há um padrão: A princípio bebês, depois crianças, pré-adolescentes, adolescentes, jovens, adultos, no fim idosos. Não pule de jeito nenhum nem mesmo empurre seu filho ou sua filha criança para a fase adolescente, para a jovem ou até mesmo para a adulta. Também não permita que a mesma queira ser o que não é. Ela há de se arrepender depois, futuramente. Ensine-a que a infância é a melhor fase que a gente tem e que ela não pode deixar passar a oportunidade de vivê-la. As brincadeiras fazem parte, os brinquedos, os livros, isso tem que estar presente na educação de uma criança.
No poema abaixo, o poeta expressa através de seus versos, a saudade da infância e a sua melancolia perante a uma nova fase de sua vida: a juventude.
Infância
O vento sopra e leva
toda essa poeira,
mas essa tristeza
ainda está no ar
O tempo passa e leva
a minha vida inteira
E todos os meus sonhos
ficam a flutuar
E toda a saudade
fica no meu peito
Eu sinto que vivi,
mas não vivi direito
E todas as lembranças
ficam na memória
do meu tempo de criança...
Ah! se eu pudesse voltar
Porque essa juventude
é tão solitária
E se o tempo passa
ninguém mais quer brincar.
Ruan Vieira
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