quinta-feira, 25 de novembro de 2021

Conto dos livros

Na casa de Miguel, todos têm celular, menos ele. Miguel era um pequeno garoto, inteligente e extrovertido, de apenas cinco anos e estava prestes a fazer seis no final do mês. Dos irmãos, ele era o caçula. Seu pai estava planejando dar de presente a seu filho um celular. Todos já tinham, menos o pequeno Miguel. Então, Fernando, prometeu-lhe um presente.

– Pai, posso dizer o que eu quero de presente? – perguntou Miguel.

– Pode, filho. – disse Fernando.

– Um livro! Eu quero um livro! – disse Miguel, com uma entonação animada e firme.

O garoto tinha certeza do que queria. É bem difícil uma criança decidir o que quer, dentre tantas coisas pra se querer. Mas Miguel queria um livro. Seu pai ficou surpreso com o pedido e disse que ia pensar. Fernando foi conversar com sua esposa, Cristina.

– O nosso filho quer um livro! Só que eu estava para lhe dar um celular. – disse Fernando.

– Oras! Dê o livro! Eu dou o celular a ele! – disse Cristina, empolgada e com uma voz decidida.

O pequeno Miguel estava ouvindo e gritou um  “Não” para a fala da mãe.

– Eu quero um livro, mãe! – acrescentou ele.

– Mais outro livro? – perguntou sua mãe.

– Sim! Eu só quero livros, nada mais. – disse Miguel.

Chegou o aniversário do caçula e ele ganhou quatro presentes. O leitor já deve imaginar o que ele ganhou, mas eu hei de dizer. Quatro livros! O pequeno garoto ganhou um livro de sua irmã, do seu irmão e de seus pais. No próximo mês foi aniversário de seus irmãos. Ambos ganharam presentes e ambos pediram livros. Os seus pais ficaram surpresos.

– Isso começou com o Miguel! Vamos perguntar a ele o porquê do livro. – disse Fernando, olhando pra Cristina.

Eles entraram no quarto do garoto e lhe perguntaram o porquê do livro de presente.

– A leitura é importante para o nosso cérebro. A gente aprende coisas novas, palavras novas e assim a gente vai adquirindo conhecimento! – disse Miguel, fechando um dos livros.

– Mas você poderia ler no celular! – afirmou Fernando.

– Sim. Mas não seria a mesma coisa, não se compara um livro com uma máquina. O prazer de segurar o livro, de sentir seu cheiro, de apreciar cada palavra não se compara… Sem esquecer de fazer uma coleção! – disse o pequeno garoto, alegremente.

Os pais de Miguel ficaram impressionados com as palavras do caçula. No aniversário de seus pais, ambos pediram um livro de presente. Com o tempo e sem perceber, eles deixaram o celular de lado. A casa dos Silveira virou uma biblioteca de tantos livros e os celulares estavam se tornando obsoletos. Mas vale lembrar que quem começou tudo isso foi o pequeno Miguel.

Autor: Ruan Vieira

Nenhum comentário:

Postar um comentário

El hilo rojo del destino (O fio vermelho do destino)

Hay una leyenda oriental que cuenta que las personas destinadas a conocerse tienen un hilo rojo atado en sus dedos que les une el uno al otr...